segunda-feira, 14 de junho de 2010

Come solitude


Estou certa, disse com frieza (sempre com frieza) à Lya Luft, de que o que eu precisava era mesmo dos silêncios.
De repente, percebi que troquei o preto pelo branco, e que são ambos igualmente terríveis, porque são ausências. Que eu estou me tornando, lentamente, uma vasta ausência, também. E que quero, mais do que nunca, estar ausente.

E na manhã fria e triste de junho, quis, desesperadoramente, chorar. Quis, a título de último desejo, um ombro compreensivo. E sozinha, mergulhada nas dores do vento outonal, percebi que não podia querer ninguém. Eu precisava de mim mesma. Daquele resquício de mim. Do que restou dos fragmentos, dos meus dessorrisos, das lágrimas que eu engoli, tão amargas que me fizeram amarga por completo.

Eu quero o meu silêncio. Quero meu silêncio de eras.
Quero a simplicidade das minhas malas feitas, de nem precisar dizer adeus.

Come destiny.
Come solitude.
Lacrimas Profundere

(imagem: Petersburgskoye schosse, estrada S. Petesburgo - Pushkin.)
obsessões com a Rússia são marcantes em meus posts, especialmente quando quero solidão

Um comentário:

  1. encontra paz nessa solidão Lú? A minha resolveu me amedrontar e enlouquecer.
    Que linda a Rússia.

    te entendo neguinha.

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